Um grupo com cerca de 50 mototaxistas foi às ruas de Pelotas na tarde de ontem protestar contra os recentes assaltos ocorridos em áreas da zona norte da cidade. Entre coletes e capacetes laranjas, estava a indignação pela falta de segurança. Os condutores saíram da avenida Salgado Filho, em direção ao loteamento Getúlio Vargas, para um ato simbólico reunidos no local apontado pelos profissionais como foco dos assaltos. Os organizadores pretendem repetir a movimentação na próxima semana.

Indignado com os assaltos, Hilton Paiva, mototaxista há 23 anos, foi o responsável por aproximar os motoqueiros. "Nós matamos um leão por dia pra levar o que comer pra casa", desabafou Paiva, revoltado com a situação. De acordo com o mototaxista, os assaltos ocorrem dentro dos bairros, no momento em que o passageiro desce do veículo. Quando pedem a corrida, o pagamento é adiantado. "Daí eles já veem onde que guardamos nosso dinheiro pra pegar depois", contou. Hilton é uma das vítimas das ocorrências e só nas últimas semanas já foi assaltado três vezes. "Não quero que nenhum de nós acabe ficando pelo caminho", salientou o motorista.

Washington Luis Teixeira trabalha há um ano no serviço e explica que o sentimento de insegurança nas ruas é constante. Como trabalham durante os períodos da noite, as ruas escuras e pouco iluminadas também são um motivador da sensação. O major Márcio Faccin, da Brigada Militar, explicou que a organização não possui dados que indiquem piora na segurança pública relacionada aos bairros. Além disso, operações integradas são realizadas periodicamente nas localidades. "Estamos com as portas abertas a receber e dialogar com os motoristas", pontuou. A BM irá avaliar os casos e encaminhar as providências pontuais em relação aos assaltos.